Klimt

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Meia Noite em Paris

Midnight in Paris , 2011
Direção e Roteiro: Woody Allen
Elenco: Owen Wilson, Marion Cotillard, Rachel McAdams, Carla Bruni-Sarkozy, Michael Sheen, Nina Arianda, Alison Pill, Tom Hiddleston, Kathy Bates, Corey Stoll, Kurt Fuller, Mimi Kenned
 Gil (Owen Wilson) é um homem em busca de algo. Ele não sabe o quê, quando e onde, mas sabe que não pode desistir.
Seu destino começa a mudar em Paris durante uma viajam com sua noiva Innez (Rachel Mcadams) e sogros.



Innez e seus pais formam uma família conservadora e preconceituosa. Durante a viagem o contraste entre eles e Gil fica cada vez mais evidente e insuportável. 
Caso não tenha assistido ao filme, pare por aqui
Enquanto Gil tenta encontrar inspiração para mudar os rumos do roteiro que está escrevendo e o de sua vida "real", Inez reencontra um amigo professor por quem é fascinada.
Durante o tour por Paris,  o amigo de Innez, vivido por Michael Sheen, intelectualiza cada momento, não interagindo com as obras. Está mais interessado em ser apreciado do que apreciar, deixar-se envolver. Gil vive a obra, Paris e toda sua história.
Ele encontra consolo e compreensão no existencialismo, na luz melancólica dos becos, nos rostos pintados das dançarinas de Can Can, na excentricidade de pensadores. Ali ele não é diferente, se reconhece.

Tal como na história do patinho que foi rejeitado por seus irmãos e mãe. Ele então partiu em busca de "algo"que fizesse sentido, já que a própria mãe o rejeitara. Decobriu, depois de muito sofrimento que, na verdade, era um cisne. Por isso era tão estranho. Ou melhor, estranho entre os patos, tal como Gil na família de Innez.
Ele não está errado, nem eles. Todo aquele que tiver posse de si deve sair em busca de sua turma, para não ser um estranho em outro ninho e tentar se adaptar para ser aceito, pertencer.
Aquele que não tiver posse de si, deve primeiramente se conhecer, encontrar  seu próprio país interno. Apossar-se de sí.
Afinal, só somos diferentes enquanto não encontramos nossa “Paris”, nosso lugar interno e externo. Para isso, precisaríamos ter coragem de caminhar pela fronteira e aceitar uma carona para o que há depois da meia noite

Frases:
“A função do artista não é sucumbir ao desespero, mas encontrar um antídoto”
“Quando você faz amor com ela (sua mulher) sente que, naquele momento, a morte não importa?”
“Você é meio modesto, seja homem, diga que você é o melhor escritor”

 


Um comentário:

  1. e permitir que este caminho leve ao encontro de si, mesmo que seja completamente diferente do que se foi acostumando a vivenciar... e a passagem por um mundo "irreal" ou não covencional foi necessária para encontrar um mundo interno que realmente faça sentido. e dessa forma, o personagem pode viver situações externas autênticas e finalmente poder caminhar na chuva com a moça francesa no final do filme...
    Renata Marques

    ResponderExcluir