No filme de Martin Scorsese, "Vivendo no Limite” (Bringing Out The Dead) o expectador é conduzido a uma atmosfera angustiante, onde as emoções são levadas ao limite.
Frank, interpretado por Nicolas Cage, é “assombrado” por pessoas que não conseguiu salvar em seu trabalho de paramédico. Dizia que a sensação de salvar uma vida durava dias, como se ele tivesse salvado a si mesmo.
Como a sensação é passageira, ele vai em busca de mais vidas em risco para alimentar essa sensação. “Sempre tive pesadelos, mas agora os fantasmas não me esperam dormir.”
Em "Taxi Driver" 1976, também de Scorsese, Robert de Niro interpreta um taxista novaiorquino que também sente essa lentidão, dizendo “…os dias demoram a passar…” Matar ou morrer? Tanto faz, desde que faça sentido.
Como a sensação é passageira, ele vai em busca de mais vidas em risco para alimentar essa sensação. “Sempre tive pesadelos, mas agora os fantasmas não me esperam dormir.”
Em "Taxi Driver" 1976, também de Scorsese, Robert de Niro interpreta um taxista novaiorquino que também sente essa lentidão, dizendo “…os dias demoram a passar…” Matar ou morrer? Tanto faz, desde que faça sentido.
Realizando uma conexão entre os dois filmes, os personagens centrais trabalham em movimento (táxi e ambulância), mas têm a mesma sensação de que a vida demora a passar por eles, pois o sofrimento parece não ter fim.
Buscam então, nas ruas, nas pessoas, a própria cura. Frank salva vida de pessoas que querem viver, que vêem motivo para continuar e de pessoas que estão cansadas de viver ou cuja vida tornou-se tão penosa, que não vale a pena vivê-la.
Um dos personagens que Frank tenta “salvar” chama-se Noel, diagnosticado com uma doença rara, embora saiba exatamente do que sofre “…me deixaram no deserto, no sol para morrer…”
A única vez em que Noel demonstra afeto e conexão com o outro é quando a personagem Mary, interpretada pela atriz Patricia Arquette, olha-o como humano e compartilha uma vulnerabilidade. Sempre o olhar do outro...
Frank continua: “Por que existem espíritos inacabados, suicidas, drogados?”. Ainda não se dando conta de que todos os espíritos, incluindo ele, nascem semi acabados. Considerando que ele também acha sua vida insuportável e é como todos aqueles que mais despreza, espera que algo ou alguém dê sentido a sua vida.
A cura, nos dois filmes, é revelada pelo amor do outro (Vivendo no Limite),e pelo reconhecimento - contorno - em um mundo “sem paredes”. O que importa é a sensação de ter um lugar, de ser alguém.
Como diz Frank “…todos estamos morrendo


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